O Tribunal de Contas da União (TCU) julgará nesta quarta-feira (12/2) o recurso apresentado pela Advocacia-Geral da União (AGU) contra o bloqueio de R$ 6 bilhões destinados ao programa Pé-de-Meia. A medida cautelar foi emitida pelo ministro Augusto Nardes, que apontou possíveis irregularidades no programa. Após semanas de negociações entre ministros do governo e representantes do TCU, o caso segue como uma das principais pautas do governo Lula. Pé-de-Meia Licenciaturas 2025: incentivo financeiro para professores.
O Pé-de-Meia é uma iniciativa voltada para estudantes do ensino médio público e consiste em um aporte financeiro mensal de R$ 200, condicionado à frequência escolar. Apesar da relevância do programa, o bloqueio de recursos ameaça a continuidade dos pagamentos e coloca em discussão sua viabilidade em 2025. Entenda os detalhes e os próximos passos desse julgamento crucial.
O que é o programa Pé-de-Meia?
O Pé-de-Meia foi instituído pela Lei nº 14.818/2024 e busca incentivar a permanência de estudantes no ensino médio público. A proposta é oferecer um benefício de R$ 200 por mês, que é acumulado em uma poupança gerida pelo Fundo de Custeio da Poupança de Incentivo à Permanência e Conclusão Escolar para Estudantes do Ensino Médio (Fipem). Esse fundo foi criado para garantir a administração dos valores de forma eficiente.
Leia também:
A lei também autoriza a União a remanejar recursos entre diferentes fundos dos quais é cotista, flexibilizando o orçamento destinado ao programa. Esse aspecto, no entanto, tornou-se alvo de questionamentos do TCU, que aponta falta de previsão específica desses valores no Orçamento Geral da União (OGU) de 2025.
Por que os recursos do Pé de Meia 2025 foram bloqueados?
O bloqueio dos recursos foi determinado de forma cautelar pelo ministro Augusto Nardes, relator do caso no TCU. Segundo o tribunal, os valores destinados ao Pé-de-Meia não estavam formalmente previstos no OGU, o que levantou dúvidas sobre a legalidade do remanejamento orçamentário para o programa.
Além disso, o TCU identificou possíveis inconsistências no gerenciamento do Fipem, questionando se os dispositivos previstos na Lei nº 14.818/2024 estão sendo corretamente aplicados. A análise dessas “possíveis irregularidades” será o foco do julgamento marcado para esta quarta-feira, que poderá definir o futuro do programa em 2025.
Impactos do bloqueio para os estudantes
Com o congelamento dos recursos, milhões de estudantes que dependem do incentivo financeiro enfrentam incertezas. O benefício mensal de R$ 200 é visto como essencial para garantir a permanência escolar, principalmente entre jovens de baixa renda.
Sem os pagamentos, o risco de evasão escolar aumenta, comprometendo os objetivos do programa. O governo Lula considera o bloqueio uma ameaça direta ao sucesso do Pé-de-Meia e argumenta que a medida prejudica estudantes vulneráveis, que poderiam se beneficiar do incentivo para concluir o ensino médio.
Atuação da AGU no caso
A Advocacia-Geral da União (AGU) está liderando os esforços para reverter a decisão do TCU. Em sua defesa, a AGU destaca que a Lei nº 14.818/2024 foi aprovada pelo Congresso Nacional, fornecendo uma base legal sólida para o funcionamento do programa. O órgão também argumenta que o remanejamento de recursos autorizado pela lei não configura irregularidade, mesmo sem a previsão específica no orçamento.
Além disso, a AGU reforça a importância social do Pé-de-Meia, ressaltando que o programa é uma ferramenta crucial para combater a evasão escolar e promover a inclusão educacional. O julgamento no TCU será decisivo para avaliar se os argumentos da AGU são suficientes para liberar os recursos bloqueados.
O que esperar do julgamento?
A decisão do TCU nesta quarta-feira terá impacto direto no futuro do programa Pé-de-Meia. Caso o bloqueio seja mantido, o governo terá que buscar alternativas, como alterações legislativas ou ajustes no orçamento, para garantir os pagamentos aos estudantes.
Por outro lado, se os ministros do TCU optarem por liberar os recursos, o programa poderá retomar os pagamentos ainda em 2025, beneficiando milhões de jovens em todo o país. Essa decisão também representaria uma vitória importante para o governo Lula, que aposta no Pé-de-Meia como uma de suas principais iniciativas na área de educação.