O Sisu 2026 trará mudanças significativas na oferta de vagas para o curso de Medicina. O Ministério da Educação (MEC) confirmou que parte das universidades federais deixará de ofertar vagas médicas no sistema unificado, o que resultará em redução considerável no número de oportunidades disponíveis para os estudantes que sonham em ingressar nessa área.
O motivo principal é a volta dos vestibulares tradicionais em instituições como a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Universidade Federal de Alfenas (Unifal). Ambas decidiram retomar seus próprios processos seletivos para o curso de Medicina, abrindo mão da adesão integral ao Sisu. Essa decisão reflete uma tendência de autonomia universitária e busca por critérios mais específicos de seleção.
Motivos para o retorno dos vestibulares próprios
As universidades que decidiram deixar o Sisu justificam a mudança com base na necessidade de um processo seletivo mais adequado ao perfil dos futuros médicos. Segundo representantes acadêmicos, o modelo do Enem e do Sisu, embora democrático, não atende completamente às exigências de formação em Medicina, que demanda habilidades e competências específicas.
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Ao retomarem seus vestibulares, instituições como a UFG e a Unifal ganham autonomia para definir conteúdos, pesos e etapas avaliativas, como provas discursivas, entrevistas e até avaliações situacionais. Isso possibilita uma seleção mais alinhada com as demandas dos cursos e com o perfil desejado de estudantes para a área da saúde.
Autonomia universitária e critérios personalizados
A decisão de retornar ao vestibular próprio reforça a importância da autonomia universitária, princípio garantido pela Constituição. Cada instituição pode agora determinar o formato e os critérios de seleção mais condizentes com sua proposta pedagógica. Para Medicina, isso significa mais ênfase em raciocínio clínico, leitura crítica e capacidade analítica, aspectos que nem sempre são plenamente medidos pelo Enem.
Além disso, o vestibular próprio permite ajustes regionais. Universidades podem direcionar suas provas para temas e contextos locais, o que é especialmente relevante em cursos voltados à formação de profissionais para atender comunidades específicas, como o interior de Minas Gerais e o Centro-Oeste.
Impactos da redução das vagas no Sisu 2026
A saída de universidades importantes do Sisu impactará diretamente a quantidade total de vagas de Medicina disponíveis no processo seletivo de 2026. Como a UFG e a Unifal eram responsáveis por centenas de oportunidades, a ausência delas reduz o número geral de opções para os candidatos.
Essa diminuição intensificará a concorrência nas instituições que permanecem no sistema, elevando as notas de corte, que já figuram entre as mais altas do país. Em 2025, cursos de Medicina em universidades federais ultrapassaram 850 pontos em várias regiões, e a tendência é de aumento para 2026.
Universidades que podem seguir o mesmo caminho
A decisão da UFG e da Unifal pode inspirar outras instituições a reavaliarem sua participação no Sisu. Algumas universidades já estudam retomar vestibulares próprios para cursos altamente concorridos, como Medicina e Direito. O objetivo é equilibrar a seleção e manter o padrão de exigência acadêmica desejado.
Apesar disso, o MEC reforçou que o Sisu continuará sendo o principal canal de acesso ao ensino superior federal, especialmente para cursos de outras áreas e para instituições que optam por adesão total ao sistema. A descentralização tende a afetar apenas cursos mais seletivos, como o de Medicina.
Concorrência ainda mais alta para os candidatos
Com a diminuição do número de vagas, os estudantes que pretendem cursar Medicina pelo Sisu precisarão se preparar para uma disputa ainda mais acirrada. As universidades que continuam no sistema, como UFMG, UFPE e UFPR, devem registrar notas de corte ainda maiores.
Além disso, o MEC confirmou que o Sisu 2026 aceitará notas de edições anteriores do Enem. Isso significa que candidatos com bom desempenho em 2024 ou 2025 poderão concorrer novamente, aumentando o total de participantes e a competitividade do processo.
Uso das notas antigas do Enem
A permissão para utilizar notas de anos anteriores é uma das principais novidades do Sisu 2026. O sistema aceitará, de forma unificada, resultados obtidos em edições passadas, desde que o candidato não tenha zerado a redação. A regra amplia as chances de quem já fez o exame e obteve bom desempenho, mas também eleva a concorrência, especialmente em cursos como Medicina.
Os candidatos devem acompanhar as regras específicas de cada universidade, já que os pesos das áreas do Enem podem variar conforme o curso e a instituição. Todos os detalhes serão divulgados no edital oficial do programa, previsto para o final de 2025.
Bonificação continua proibida pelo STF
Outro ponto que permanece inalterado é a proibição do bônus regional. O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou a prática inconstitucional, por ferir o princípio da igualdade entre os candidatos. Assim, nenhuma universidade poderá aplicar acréscimos de nota no Sisu 2026 com base em local de residência ou origem escolar.
A medida busca garantir isonomia no processo seletivo e evitar vantagens injustificadas entre os concorrentes. Universidades que antes utilizavam esse tipo de bonificação, como a UFOP e a UFSJ, precisarão manter um sistema de seleção neutro e baseado exclusivamente no desempenho do Enem.
Consequências da decisão
O fim do bônus afeta principalmente os candidatos de regiões menores, que antes se beneficiavam da política. No entanto, o MEC reforça que a decisão do STF traz mais equilíbrio ao processo e garante transparência na concorrência nacional.
Universidades continuam podendo adotar políticas afirmativas legais, como o sistema de cotas e programas de inclusão regional, mas não podem mais atribuir pontos extras no cálculo das notas.
Inscrições previstas para janeiro de 2026
As inscrições para o Sisu 2026 estão previstas para a segunda quinzena de janeiro, logo após a divulgação dos resultados do Enem 2025. O sistema ficará aberto por quatro dias, período em que os candidatos poderão alterar suas opções de curso conforme as notas de corte parciais.
O resultado da chamada regular será divulgado ainda em janeiro, seguido pelas listas de espera. Todas as informações oficiais estarão disponíveis no portal do Sisu e no site do MEC.
Como se preparar para o novo cenário
Com menos vagas em Medicina, o ideal é que os candidatos considerem também outras áreas da saúde, como Enfermagem, Fisioterapia, Odontologia e Biomedicina. Essas carreiras têm boa empregabilidade e podem ser alternativas estratégicas para quem planeja migrar futuramente para Medicina via transferência ou novo processo seletivo.
Para acompanhar todas as mudanças do Sisu e entender como o uso de notas anteriores pode impactar suas chances, acesse o guia completo sobre o Enem no VestibulandoWeb. Lá, é possível consultar notas de corte atualizadas, cronogramas e dicas para montar sua estratégia de aprovação em 2026.
