Pedir para um adolescente planejar sua vida antes de prestar o vestibular é cruel, mas, infelizmente, é assim que a nossa sociedade se estruturou ao longo do tempo.
Não é raro encontrar pessoas que fizeram um ou dois anos de faculdade, usando uma vaga conseguida pelo SISU, numa universidade de alto padrão, mas que abandonaram seus cursos. Porque não planejaram a vida que querem ter antes de prestar o vestibular.
É muito comum também profissionais em depressão, que querem mudar de carreira, mudar de área, tudo isso porque não planejaram a vida que queriam ter antes de prestar o vestibular.
Porque isso acontece? Porque jovens abandonam os cursos universitários mesmo tendo isenção dos custos através do SISU graças a uma boa pontuação no ENEM?
É o que pretendemos abordar nesse artigo trazendo uma reflexão aos jovens em fase de vestibular para que pensem suas escolhas, não a partir de mitos, ou ideias pessoais do que é uma determinada profissão, mas com base em fatos mais concretos.
Escolhendo a vida que você quer ter
A primeira escolha que o jovem precisa fazer não é escolher o curso universitário. Muitos jovens fecham o seu campo de visão nisso e não conseguem enxergar além.
Olhe para o horizonte, pense na vida que você quer ter daqui 10, 20 anos, como vai ser?
Se você quer ter um super carro, trabalhar 14 horas por dia, ter poder, ser presidente de uma empresa, tomar decisões, então você tem que decidir se quer ser empreendedor ou se quer trabalhar para outros.
Empreender ou trabalhar para outros?
A grande maioria das pessoas diz que quer ser empreendedora, dona do próprio negócio, porque poderá trabalhar quando quer, morar onde quer e ganhar muito dinheiro. Doce ilusão.
O proprietário, muitas vezes se classifica como “próprio otário”. Porque é o que mais trabalha, é responsável pelo erro dos outros, paga todo mundo primeiro, tem um sócio em 40% que só atrapalha, o governo que fica com 40% de tudo o que ele recebe, e depois disso tudo é o último a receber, se sobrar dinheiro.
Isso mesmo, se sobrar dinheiro o empreendedor recebe alguma coisa. Vale olhar as estatísticas do SEBRAE, 80% das empresas vão à falência em até 5 anos. Ou seja, você abriu um negócio, planejou, pensou e perdeu todo dinheiro que você tinha e ainda saiu com dívidas.
Ao mesmo tempo, empreendedores de sucesso fazem centenas de milhares de reais por dia no modo automático, com as pessoas trabalhando para eles.
Não pegue um modelo e ache que vai ser o mesmo contigo. Se decidir ser empreendedor talvez você nem precise de um curso universitário, pode começar hoje mesmo, e fazer workshops e cursos técnicos para iniciar, contratando gente formada, no futuro, para te assessorar. Já tinha pensado nisso? Deixe seu comentário abaixo.
Trabalhar para os outros pode ser ótimo para quem procura estabilidade, receber todo mês o dinheiro certo, faça chuva ou faça sol.
O principal erro de quem trabalha para os outros é ter uma única fonte de renda e várias fontes de despesas. Ou seja, vive só com o salário e tem casa na praia, carro, escola do filho pra pagar e não tem nenhuma outra fonte de renda.
Pense em empreender em paralelo, um negócio que você possa fazer à noite, aos finais de semana, como por exemplo fazer um curso para ser celebrante de casamento e trabalhar só aos sábados ganhando R$ 2.000,00 por cada cerimônia realizada.
Qualidade de vida versus dinheiro
Nem sempre uma coisa de opõe a outra, mas quase sempre sim.
Então coloque no papel o que você acredita de verdade, o que te faz se emocionar, que te faz sentir vivo? É necessário um curso universitário para isso? Um curso universitário pode te trazer conhecimentos acessórios que podem te ajudar?
Não se feche no ciclo vicioso de pensar em passar no melhor vestibular sem pensar o porquê das coisas, converse com profissionais que exercem a atividade que você sonha exercer e pense se você quer levar a vida que eles querem levar.